domingo, 25 de março de 2012

Humanização

Para dar continuidade a leitura do texto clique no link abaixo:

e visite o site da Fundação Osvaldo Cruz em:

domingo, 18 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Trabalhadores de Saúde - Heróis da Resistência *


 Por Daniela C. Mayer - Enfermeira * 

Trabalhar em saúde já foi algo muito almejado e motivo de orgulho por parte daqueles que recebiam um diploma na área ou que exerciam funções relacionadas. No entanto, recentemente além da crescente complexidade e quantidade de trabalho, estamos sendo frequentemente expostos a situações de constrangimento, agressões verbais e ate físicas.
É crescente o número de pessoas que nunca estando satisfeitas com o trabalho desenvolvido na secretaria de saúde, despejam sua raiva em cima dos profissionais. Diariamente enfrentamos situações difíceis para as quais sabemos que não existe uma solução rápida. No entanto nos empenhamos ao máximo para que os problemas sejam resolvidos.
Todos os funcionários em inúmeras circunstâncias fizeram e fazem muito mais do que aquilo que é da atribuição. O que nos surpreende e nos frustra é que isso (e desse modo) não é visto pela população.
Sendo trabalhadores de saúde, sabemos que trabalhamos com pessoas fragilizadas, doentes ou com risco de adoecer e para isso estamos sim preparados. Porém não estamos preparados para sermos xingados, humilhados e agredidos. Também somos seres com limitações, problemas e sentimentos que nos tornam sujeitos ao sofrimento que está se tornando rotineiro. Não sabemos como será possível um atendimento com qualidade se não merecemos o respeito de nossos usuários.
As questões de saúde são bem amplas. A tecnologia e evolução na saúde não acompanham o desenvolvimento econômico e cultural da população. Isso resulta em filas crescentes em torno de exames, consultas, medicamentos e até transporte. São essas as grandes buscas da população e daí parte a maioria das reclamações. Para nós profissionais está bem claro, o avanço ocorrido em nosso e em todos os municípios na oferta desses serviços. Contudo e evidente que o município não dispõe de condições para atender a todas as pessoas em tudo que lhe é exigido. Além disso será que exames e remédios são a solução para se ter saúde?
A maioria dos agravos em saúde é do tipo crônico, o que significa que os fatores que levam ao adoecimento são principalmente: - modo de vida, forma de alimentação, exposição a fumo, álcool, stress, a não atividades físicas, influencia hereditária, condições de vida, casa, renda, saneamento, higiene, lazer, educação, meio ambiente, etc, etc, etc...
Isso nos leva a crer que o sistema de saúde é apenas um dos elementos que impactam na saúde de uma comunidade. Costumeiramente ouvimos pessoas fazendo verdadeiros alardes por exemplo, na demora para consulta com um médico especialista, supervalorizando este profissional. No entanto avaliamos que certas situações são espantosas.
Porque ninguém faz um escândalo ao ver bebês de colo comer ‘chips, refrigerantes e chocolates? (Isso deveria ser crime.) Por que está se permitindo que adolescentes “tomem fogo” em festas de fins de semana? Por que não se faz um alarido quando alguém utiliza agrotóxicos de modo irregular como o 2,4-D? (Herbicida carcinogênico e teratogênico classificado pela ANVISA como altamente tóxico.)
Por que não se faz alarme ao ver os bares cheios de homens se alcoolizando e desajustando suas famílias?  Por que crianças de três anos tem os dentes destruídos, sendo que isso é decorrente da extrema falta de cuidado, e poderia ser prevenido com a simples escovação?
Enfim, há um fenômeno que faz aparecer que saúde é encontrada dentro da secretaria de saúde ou em centros de complexidade e hospitais, quando quem mais pode fazer pela saúde são as próprias pessoas, alimentando-se corretamente, não se expondo a agentes nocivos como cigarro, álcool, realizando exercícios físicos , enfim tendo bons hábitos.
Agressões verbais ou físicas tem nos trazido sofrimento e sentimento de desvalia, nos fazendo pensar que estamos chegando ao limite. Ou será que ainda não? Até quando seremos punidos por não termos superpoderes para atender todos no tempo e no modo como cada um quer?
A saúde e de responsabilidade dos Governos Federais, Estaduais e Municipais, mas em hipótese alguma se exclui a responsabilidade (e o dever) de cada individuo para com sua própria saúde. Queremos exercer nossas funções com um mínimo de credibilidade e de respeito. Desejamos e contribuímos para que a nossa população atinja ótimos níveis de saúde e qualidade de vida. E nos comprometemos em trabalhar por isso aconteça. Mas não basta os órgãos públicos fazerem o possível e o impossível para atender tantas demandas, é preciso consciência de que a saúde é e sempre será desencadeada por múltiplos fatores, para os quais “todos nós” somos responsáveis.