sábado, 23 de abril de 2011

Reunião do Comitê Regional de Humanização na SMS no dia 08 de abril de 2011 por Eliana E. R. Gheno *

No dia 08 de abril de 2011, na parte da manhã, foi realizado no Auditório da Secretaria Municipal de Saúde - SMS, a reunião do Comitê Regional de Humanização e Saúde do Trabalhador, onde participaram representantes dos Grupos de Trabalho de Humanização e das Vigilâncias em Saúde do Trabalhador das Secretarias Municipais de Saúde que compõe a 17ª CRS, entre as quais o GTH da SMS de Ijuí, do Centro de Referência do Trabalhador – CEREST e coordenações da Política de Humanização e da Saúde do Trabalhador da 17º Coordenadoria de Saúde, com sede em Ijuí.
A reunião teve como objetivo a troca de experiências e de propostas relacionadas à humanização e a saúde do trabalhador, considerando as diretrizes e dispositivos da PNH: valorização do trabalho e do trabalhador.
Na oportunidade, a psicóloga do CEREST Patrícia, trouxe uma reflexão sobre as condições de trabalho X saúde do trabalhador. Também a psicóloga Salete do município de São Martinho, apresentou experiência implementada no município, durante a realização do curso de especialização em Humanização da Atenção e da Gestão do SUS em 2007/2008, proposta de intervenção que teve diversos pontos positivos.
Nesse sentido, representantes do GTH da SMS de Ijuí, apresentaram o “Projeto de Intervenção – Cuidando de quem cuida”, proposta elaborada por trabalhadores da SMS de Ijuí como trabalho de conclusão do Curso de Educação Permanente em Saúde para profissionais da Rede Básica oferecido pela Comissão de Integração Ensino-Serviço – CIES Regional, em parceria com a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ em 2010 que teve conclusão em março de 2011.
Trabalhadores (enfermeiros, médicos, agentes comunitários de saúde e dentistas) e estudantes, vinculados direta ou indiretamente a Secretaria Municipal de Saúde de Ijuí, no processo de realização do Curso, sentiram-se provocados a analisar o processo de trabalho em saúde e a produção do cuidado, a partir da oferta teórico-prática proporcionada pelo Curso e pelos espaços de discussão com os colegas trabalhadores de outros municípios e operadores, no caso, os que conduziram os módulos do mesmo.
Associa-se a isso à ampliação na compreensão quanto ao que consiste e propõe a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), ao encontro dos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Desta análise, pulsa no cotidiano do trabalho o adoecimento do/a trabalhador/a, note referente ao qual, será desenvolvido este projeto como forma de intervenção neste cenário, que também é um sintoma.
Para tanto, vários atores do Serviço serão convidados a construir e pactuar esta proposta. Uma das formas de enfrentamento é a realização de atividades de promoção à saúde do/a trabalhador/a, sob a perspectiva da qualidade de vida, de modo a intervir no processo de trabalho, na produção de autonomia, qualificação e protagonismo no cuidado de si, nas relações entre trabalhadores/as, gestores/as e usuários/as.
Este projeto intervenção é uma ‘vontade antiga’ dos/as trabalhadores/as, o que reforça sua apresentação neste momento, ou seja, já fazem muitos anos que os/as trabalhadores/as desejam que ocorra esta proposição para melhorar a qualidade de vida e atenção ao usuário, por entender que se trata de uma lacuna na área da saúde.
Também, cuidar do trabalhador é uma forma de reconhecer o seu trabalho, as suas potencialidades, valorizar e principalmente, respeitar. A idéia parte da reflexão de que o trabalhador que dedica sua vida no cuidado do outro possui, também, a necessidade de receber cuidados.
A proposta está em processo de discussão com os gestores da SMS, a administração municipal e atores considerados importantes na condução da proposta (integrantes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – NASF, CEREST, Vigilância em Saúde do Trabalhador municipal, Equipe Matricial da Saúde Mental, entre outros) e tem apoio do GTH da SMS de Ijuí.
A reunião foi encerrada após discussão entre os presentes além de encaminhamentos nos municípios para qualificar e valorizar o trabalho e o trabalhador.

Por Eliana E. R. Gheno*
Enfermeira ESF
Apoiadora Institucional da PNH
Coordenadora do GTH


Equipe do Cerest - Ijuí (RS)

Psicóloga Salete de São Martinho (RS)

Equipe da SMS Ijuí (RS) -  Apresentando o “Projeto de Intervenção – Cuidando de quem cuida.”

sábado, 16 de abril de 2011

Grupo de Trabalho em Humanização por Ricardo Cabral Gonçalves *

Não é de hoje, que existe a tentativa de criar, organizar e manter o Grupo de Trabalho de Humanização do SUS, na Secretaria Municipal de Saúde de Ijuí (RS). Baseado na Política Nacional de Humanização do SUS, articula-se o GTH – Grupo de Trabalho de Humanização - cujo objetivo é dar ênfase a política de humanizar os serviços oferecidos pelos SUS, visando sempre o bem estar do usuário com um atendimento universalizado de acesso, a integralidade da rede de cuidado e a equidade das ofertas em saúde.
A dificuldade que encontramos no pensar do trabalhador em saúde é que a instituição SUS tem, antes do compromisso com o usuário, o compromisso com o trabalhador e sua organização hierárquica como Instituição.
Ora todos nós somos usuários, e para prestarmos um atendimento de qualidade, é preciso que esse trabalhador faça um exercício de reflexão e alteridade, sentindo a necessidade de humanizar esse atendimento, através da disponibilidade de diversas ferramentas tecnológicas que temos a disposição, inclusive a escuta e o acolhimento.
Trabalhar o conceito de equipe é um desafio para os profissionais, bem como a interdisciplinaridade na saúde. Sendo que se entende por equipe o conjunto de profissionais que se aplicam a desenvolver o trabalho em conjunto a partir da definição de objetivos.
O trabalho em equipe na saúde representa um processo de relações a serem pensadas pelos próprios trabalhadores e, possui múltiplas possibilidades e significados. É ainda necessário que o trabalho em equipe seja assimilado pelos trabalhadores em saúde, pois possibilita um importante recurso, na medida em que leva o rompimento da dinâmica dos serviços centrados na figura do médico, configurando-se a possibilidade de uma abordagem mais integral e resolutiva.
Outro desafio do GTH é a criação de um espaço de diálogo entre os profissionais, sem privilégio de nenhuma categoria, mas horizontalizar as relações sociais, diferente do posto no modelo assistencial de saúde tradicional hegemônico. Significa ouvir, pensar o que o outro diz trabalhar com o pensar do outro, introgetar novos, outros conhecimentos. Para a partir daí criar novas praticas, isto é, atuar de forma nova, criativa.
Por isso, indica uma atitude diferente, pois exige trabalhar com uma visão de mundo de totalidade. (Teixeira & Nunes, 2004, p.125).
O enfrentamento da complexidade dos problemas de saúde da população requer que as diversas categorias profissionais trabalhem em conjunto, a partir dos campos de conhecimento acumulados nas diversas profissões e, também do saber da comunidade, este reconhecido como importante fonte de conhecimento.
Bem, isto é apenas o inicio dos desafios que temos de enfrentar e vencer, para isso necessitamos do apoio e a compreensão de todos os trabalhadores da SMS – Secretaria Municipal de Saúde de Ijuí (RS) - e principalmente do Gestor mesmo que tenhamos que mudar nosso pensamento e modo de agir. Citando o poeta Fernando Pessoa: “Faz por agir como os outros e pensar diferentemente deles”.

Por Ricardo Cabral Gonçalves *
ACS ESF
Filósofo, Teólogo
  Participante do grupo em Extensão em
Educação Permanente em Saúde
para Profissionais da Rede Básica em Saúde
Secretário do GTH